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9/17/2016

A RIQUEZA BEM UTILIZADA

Ninguém pode servir a Deus e ao dinheiro (Lc 16,13).
Este texto faz parte de um capítulo aparentemente fragmentado, mas que realmente tem como tema unificador o uso dos bens materiais em benefício dos outros, especialmente dos mais necessitados. Jesus conta uma parábola que parece louvar o suborno que um administrador de fazenda comete para “comprar” amigos para o dia em que for despachado do seu serviço. Admiramo-nos de que Jesus tenha escolhido esse exemplo para explicar que ninguém pode servir a dois senhores: Deus e o dinheiro.
A riqueza não apenas não nos acompanha (cf. Lc 13,16-21), mas pode tornar-
se causa de nossa condenação. Que dizer, então, de uma sociedade que põe tudo a serviço do lucro?
Aí está a fineza de Jesus. Mostra que nem mesmo um administrador inescrupuloso almeja somente o dinheiro. Esse “filho das trevas” é previdente, larga peixe pequeno para apanhar grande. Diminui o débito dos devedores para lograr a amizade das pessoas, a qual vai lhe ser muito mais útil que o dinheiro.
A lição para nós é: dar preferência àquilo que combina com Deus e o seu
projeto, acima da riqueza material. E o projeto de Deus é: justiça e amor para com os seus filhos, em primeiro lugar os pobres.
A riqueza de nossa sociedade deve ser usada para estarmos bem com os pobres. A riqueza é passageira. Se vivermos em função dela, estaremos algum dia com “as calças na mão”. Mas se a tivermos investido num projeto de justiça e fraternidade para com os mais pobres, teremos ganhado a amizade deles e de Deus, para sempre.
Observe-se que Jesus declara o dinheiro injusto – todo e qualquer dinheiro.
Pois, de fato, o dinheiro é o suor do operário acumulado nas mãos daqueles que se enriquecem com o trabalho dele. Todo o dinheiro tem cheiro de exploração, de capital não invertido em bens para os que trabalham. Mas já que a sociedade, por enquanto, funciona com este recurso injusto, pelo menos usemo-lo para a única coisa que supera a caducidade de todo esse sistema: o amor e a fraternidade para com os outros filhos de Deus, especialmente os mais deserdados e explorados. Assim corresponderemos à nossa vocação de filhos de Deus. Não serviremos o dinheiro, mas o usaremos para servir o único Senhor.

(Baseado na Revista Pastoral 25º. DTC)



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