PROMOVA A CULTURA DA SOLIDARIEDADE (Lc 16,19-31)
A palavra de Deus que refletiremos
está ligada com a passagem que refletimos domingo passado (Lc 16,1-13) onde
Jesus nos dizia que não se pode servir a dois senhores: a Deus e ao dinheiro. O
dinheiro quando assume o lugar de Deus, cheira injustiça, corrupção, sangue dos
pobres. Nós vivemos num mundo onde cresce cada vez mais a cultura do
descartável e da indiferença gerando uma multidão de “Lázaros” nos caminhos da
vida.
O Evangelho que estamos refletindo
nos fala do pobre que morreu e foi para
junto de Abraão, junto de Deus, no céu e o rico que também morreu e foi para um
lugar de tormentos, na região dos mortos. Não devemos pensar que a pobreza é
algo querido por Deus. Ele ama o pobre não pelo fato dele ser pobre, mas por
ser alguém que precisa D,ele e tem esperança na justiça. Quanto ao rico, o
problema não está na riqueza em si, mas em fechar o seu coração para Deus e
para o pobre.
Toda riqueza acumulada em prejuízo dos pobres é contrária à vontade de
Deus e vai merecer o seu julgamento.
É interessante ver o diálogo entre
o rico e Abraão. Abraão o reconhece como filho. Porém não basta ser filho de
Deus pelo batismo para obter a salvação.
Importa antes um testemunho que
manifeste a misericórdia de Deus.
O rico faz dois pedidos a Abraão:
um para mandar Lázaro molhar a ponta do dedo na água para refrescar a língua
dele que está em chama; o outro, para enviar Lázaro à casa dos pais dele para
prevenir os cinco irmãos dele a fim que eles também não venham a cair neste
lugar de tormento. Todos os dois pedidos foram negados pois há um abismo entre
o lugar de paz em que Lázaro se encontra de onde está o rico em tormento e que
na terra já há aqueles que anunciam a Palavra de Deus que ilumina os irmãos
dele. Basta eles deixarem se iluminar.
Quem construiu o abismo de separação, de não comunhão entre o rico e o
pobre? A resposta é clara: foi o próprio rico. É preciso de conversão antes
que seja tarde. Jesus nos disse: é mais fácil um camelo passar pelo buraco de
uma agulha do que um rico entrar no Reino dos céus, porque a conversão exige a
partilha daquilo que temos e somos.
Somos desafiados a promover a
cultura da solidariedade em vez da cultura do egoísmo; a cultura do encontro em
vez da cultura da indiferença; somos chamados, segundo o papa Francisco, a construir pontes em vez de muros e assim diminuir os abismos e rejeitar a
idolatria da riqueza que torna as pessoas insensíveis ao clamor dos pobres.
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