Em
todas as épocas e em todos os lugares deste mundo, sempre houve e sempre haverá
pessoas que, movidas por um misterioso impulso interior, são capazes de fazer
coisas superiores às próprias forças.
E a sua vida mudou.......
Certa feita, havia um rei
que gostava de fazer coisas um tanto que estranhas, sempre com o intuito de
ensinar os funcionários do palácio a serem espertos e trabalhadores.
Uma noite,
enquanto todos dormiam, pegou uma pedra e colocou bem no meio da estrada que dava
para o palácio. No dia seguinte ficou espreitando para ver o que iria
acontecer. Logo cedo, veio um dos empregados trazendo a ração para os animais.
Percebendo aquela pedra, reclamou, esbravejou e teve que fazer muitas manobras
para poder passar. E a pedra ficou lá...
Depois dele veio uma dos guardas do
palácio. Assobiando distraidamente, quase esbarrou na pedra. Também ele xingou,
ficou nervoso, mas seguiu adiante e a pedra lá ficou... E assim, ao longo do
dia passaram várias pessoas. Ao ver a pedra, todas se irritavam, praguejavam
contra quem fizera aquela brincadeira de mau gosto, mas a pedra não saía do
lugar.
Por fim, uma jovem voltava do seu trabalho. Estava muito cansada. Diante
da pedra, parou e pensou: “Está escurecendo e se esta pedra ficar onde está,
alguém poderá se machucar”.
Esquecendo o cansaço, esforçou-se para rolar a
pedra à beira da estrada. E, ao fazê-lo percebeu que algo estava embaixo dela.
Fez mais um esforço e conseguiu ver uma caixinha. Tomou-a nas mãos. Era pesada.
Curiosa, mais do que depressa, abriu-a. não acredita no que via. A caixinha
estava cheia de ouro... E o rei, imediatamente chamou aquela jovem para
trabalhar no seu palácio.
Qual motivo teria levado a jovem da
história a tomar uma atitude deferente das demais pessoas? O que a teria
conduzido? A voz do seu coração falou mais alto. Sua motivação foi sensibilizada
pelo amor fraterno, caridoso. Pelo amor aos irmãos, a jovem esqueceu de si
mesma, do seu cansaço, e deu o passo: decidiu. Em nossa vida, muitas vezes não
agimos, não damos passos decididos por simples comodismo, preguiça e egoísmo,
ações contrárias que paralisam e amedrontam diante dos desafios.
Pela história a jovem foi altruísta.
Falou mais alto a mensagem do amor. Jovem que ama, é sinal de vocação. O
sentimento altruísta leva-nos a esquecemo-nos de nós mesmos e dar uma resposta
corajosa e decidida em favor dos irmãos.
Podemos dizer que muitas vocações nascem
de uma provocação. Na história, o rei provocou os passantes. Dentre muitos que
viram a pedra... apenas uma pessoa foi sensível ao ponto de perceber o sinal;
todos os demais que também passaram pela estrada, perderam a grande chance
encontrarem a recompensa.
Em nossa sociedade atual, a grande
maioria da juventude também precisa da imagem do rei, precisam de alguém que as
provoque, precisam ser provocadas enxergarem as recompensas que os esperam, mas
para isso precisam acordar do sono pesado que a sociedade hedonista injeta
continuamente, como morfina, no seu sangue. A juventude adormecida jamais
ouvirá os apelos do povo e muito menos os apelos de Deus, que chama a lutar por
um mundo melhor (Rm 12, 9-15).
Hoje o mesmo apelo que provocou a jovem
na estrada se faz atual, ainda há muitas situações que necessitam da mesma
sensibilidade e amor para com nossos irmãos, o mundo, a Igreja e a sociedade
precisa de juventude, de jovens que tenham a coragem amar e enxergar a dor dos
irmãos do mundo inteiro. Jovens decididos a dizer “sim” aos apelos de Deus, aos
valores cristãos, decididos a viver com alegria e disposição a doação de suas
vidas.
E você? Há algo em sua vida que te deixa
inquieto... Se algo atrai você como um imã... Se sente como seu o sofrimento, a
luta e as esperanças dos irmãos... Se estas coisas fascinam você... Atenção,
porque a vocação passa por estes sinais. Deus está chamando você. Você sim, por
que não.
Adaptação do artigo de: FRANZOI, Rosa Clara. Você sim, e por que
não? E a sua vida mudou. Revista MISSÕES,
Ano 32, n. 1, jan./ fev. 2005.
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