Localizada no centro-norte da Europa, a Lituânia (65.200 km2, pouco
maior que a Paraíba) é a maior das repúblicas bálticas. As outras são a Letônia
e a Estônia, ao norte. Faz fronteira com Belarus, a leste; e com a Polônia, ao
sul, à qual já esteve unida num vasto império. A população partilha de vários
traços culturais poloneses, inclusive a religião católica (84,6% da população).
Durante sua história, o país foi alvo de inúmeras invasões, algumas
das quais permaneceram longos períodos, como, por exemplo, os Cavaleiros
Teutônicos (Ordem religiosa-militar, semelhante à dos Templários), que ocuparam
a área durante todo o século XIV. A última grande ocupação aconteceu em 1939,
quando o país foi invadido por tropas soviéticas. Em 1940, a Lituânia foi
anexada à URSS, da qual se tornou independente em 1991. Sua capital é Vilnius.
A Colina das Cruzes
Próxima de Siauliai (“cidade do sol”, em lituano), pequena cidade
industrial fundada em 1236, existe a chamada Colina das Cruzes, no monte
Jurgaiciai. Lá se levantou um dos mais destacados pontos turísticos e de
peregrinação da Europa. Trata-se de um santuário católico e o maior centro
espiritual da Lituânia, porque naquela colina se erguem mais de 50.000 cruzes
de todos os tipos e tamanhos. Na Lituânia, o hábito de erguer cruzes sobre
túmulos de heróis data do século XIV, surgido durante a ocupação dos Cavaleiros
Teutônicos.
Mas o nacionalismo religioso se intensificou e
se tornou símbolo vital de resistência e coragem católica, a partir de 1831,
para perpetuar a memória dos lituanos que morreram durante a rebelião contra as
forças de ocupação russa, que já estavam no país desde 1795. Assim, a Colina
das Cruzes transformou-se em uma sepultura simbólica de todos os lituanos
mortos na resistência. Por volta de 1895, havia mais de 150 cruzes grandes e,
em 1914, pelo menos 200.
Em 1940, a colina ostentava perto de 400 cruzes grandes, cercadas
por milhares de outras menores. A prática se estendeu até o fim da Segunda
Guerra Mundial (1945), quando os soviéticos, preocupados com as crescentes
peregrinações, proibiram as cruzes, removendo-as repetidamente. Em 1961, 1973 e
1975, a colina foi nivelada, as cruzes foram queimadas ou sucateadas e a área
foi recoberta com entulho. De nada valeu a “limpeza”, pois as cruzes
continuaram a aparecer, furtivamente, à noite.
“Colocar uma cruz na colina era sinal de liberdade política, tanto
quanto de símbolo religioso”, diz Linas Naujalis, que cresceu em Siauliai. Em
1985, a Colina das Cruzes foi deixada em paz, finalmente. De lá para cá, não
cessam de chegar visitantes do mundo inteiro e... mais cruzes, rosários e
imagens.
Em setembro de 1993, o papa João Paulo II visitou o local.
Lá, declarou:
- “As cruzes da Colina foram erigidas para lembrar os filhos e as
filhas da vossa amada terra, enviados à prisão e aos campos de concentração, os
deportados na Sibéria e os condenados à morte”.
O valor do símbolo
A confecção e a exposição de cruzes refletem identidades culturais,
crenças e cerimônias das comunidades de fé. São a expressão de seus valores
religiosos, históricos, artísticos e até sociológicos. Desde a minúscula, em
ouro ou prata, até a monumental em madeira, ferro ou concreto, ela simboliza o
ponto mais elevado da redenção cristã.
Para o católico, não é apenas mais um objeto
religioso ou de culto, mas é como que uma carteira de identidade, um sinal de
pertença, uma porta por onde se chega à ressurreição. A cruz lembra um sacrifício.
As milhares que brotam na Colina de Jurgaiciai, em Siauliai, testemunham a
ousadia de milhares de lituanos que morreram na defesa de seus ideais nacionais
e cristãos.
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