TRABALHO MISSIONÁRIO NA ÁFRICA

MOÇAMBIQUE: MISSÃO COM PAIXÃO

Trabalhei por 10 anos em Moçambique. Fui um dos 4 primeiros missionários xaverianos a chegar naquele País no ano de 1998.  A Igreja em Moçambique é uma Igreja pobre, que atua num País que está entre os mais pobres do mundo, marcado pela guerra, pela miséria e pelas doenças sobretudo a malária e a aids.


A Igreja sempre  esteve presente na vida do seu povo, sobretudo nos momentos mais difíceis da guerra, tendo um papel decisivo na mediação da paz.


É uma Igreja pobre em poder, porém não deixou de gritar com sua voz profética na defesa dos direitos humanos e conscientização do povo. Mesmo na sua pobreza soube demonstrar grandes gestos de solidariedade, sobretudo nos momentos de catástrofes. 


É uma Igreja que está apostando na educação e que passa por um momento florescente no despertar vocacional. Em Moçambique há mais de 30 etnias e muitas religiões. Em fim é uma Igreja que começa a se abrir para a sua dimensão missionária.


O Sínodo Africano disse: “A Igreja da África não é chamada a testemunhar Jesus Cristo somente no continente africano: a ela também é dirigida a palavra de Cristo ressuscitado: “Sereis minhas testemunhas até os confins da terra”.

MISSÃO É RENASCER

Já faz 3 anos que voltei da missão em Moçambique e estou colaborando com minha congregação dos Missionários Xaverianos na Pastoral Vocacional, Animação Missionária, acompanhamento dos leigos xaverianos e outros serviços. Posso afirmar que os 10 anos de presença em Moçambique foi um tempo “KAIRÓS”, isto é, foi como um “nascer de novo”.


A missão além fronteiras faz a pessoa entrar novamente no ventre de Deus e do mundo para sair como pessoa totalmente renovada. Para mim a missão foi como entrar novamente nesse ventre materno:

- O Ventre da solidariedade: pois a missão precisa de missionários seguidores de Cristo, capazes de se moverem de compaixão pelo outro, a maioria dos empobrecidos, sendo uma presença de esperança e vida;

- O Ventre da Espiritualidade: pois a missão precisa de missionários comunicadores de Deus, capazes de contemplar o rosto de Cristo no rosto do povo sofrido testemunhando a presença de um Deus próximo;

- O Ventre do Diálogo: pois a missão precisa de missionários capazes de viver a comunhão na diversidade de povos, raças, culturas e religiões, testemunhando a fraternidade e a paz;

- O Ventre da Ousadia: pois a missão precisa de missionários profetas, resistentes, capazes de sonhar que um mundo novo é possível a partir da própria realidade onde se vive. Que naquele poço há “água viva”;

- O Ventre da Paixão: pois a missão precisa de missionários apaixonados pelo Evangelho, capazes de doarem a própria vida para que todos os povos possam conhecer e viver com prazer o projeto do Reino de Deus.