Por: Missionários Xaverianos (Redação: xaverianos.org.br)
Nosso testemunho de jovens missionários se faz através de gestos simples.
Um dia Jesus passou a beira da praia e chamou os discípulos: “venham comigo e eu farei de vocês pescadores de homens”. Depois deste convite muitos homens e mulheres entregaram sua vida à missão de anunciar o Reino de Deus. Hoje Jesus continua passando nos nossos caminhos e chama a todos a se colocarem disponíveis.
Ser disponível à missão é ser apaixonado pelo Reino de Deus, é ter sede de ver, amar, saborear a ação de Deus que se encarna e se faz presente em meio à humanidade, contemplar sua ação nos povos e nas diferentes culturas.
Lutar por este Reino exige desapego e renúncias, pois é “uma pérola de grande valor” (Mt 13,44). Para adiquiri-la é preciso vender todos os bens, “deixar casa, família, amigos, irmãos” e doar a própria vida em favor dos outros.
O jovem que faz a sua opção fundamental por Jesus Cristo, descobrirá Nele o mais nobre ideal. Ao fazer esta profunda experiência não poderá guardá-la só para si: carregará consigo o desejo de que mais e mais pessoas O conheçam. Jesus nos chama para estar com Ele e nos envia para partilhar com os outros as suas maravilhas. Somos enviados por Cristo e em nome de Cristo: não possuimos nenhum projeto próprio, o nosso projeto é a plena adesão a Jesus que veio para “que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Seguir Jesus, o enviado do Pai, exige de nós uma profunda conversão que se expressa por um coração aberto a todos sem distinção de raça, língua, credo, ideologia ou classe social, fazendo-nos um instrumento de vida plena para todos.
O grande desafio é fazer a opção por aqueles que não estão “no centro” e por aquilo que não está “na moda”. A disponibilidade missionária convida-nos a fazer a opção pelo fraco e sofrido, pelo marginalizado, esquecido e explorado, chama-nos a andar na contramão e acreditar que outro mundo é possível.
Nosso testemunho de jovens missionários se faz através de gestos simples: só através da simplicidade podemos atingir a pessoa na sua humanidade, aproximar-nos de verdade aos outros, torna-nos capazes de ser presença entre os povos de uma maneira fraterna e calorosa. Nesta nossa sociedade onde prevalece o consumismo, a simplicidade torna-se denúncia e ação profética. Assim como o “Verbo se fez carne e armou a tenda entre nós” (Jo 1,14), também nós devemos nos tornar solidários com a realidade concreta dos grupos humanos onde nos inserimos.
A atenção, a gratuidade, a escuta, a caridade em favor dos que mais precisam, o empenho pela paz, pela justiça, a solidariedade com os simples, o respeito e a luta pelos direitos humanos são atitudes que nos fazem próximos dos pobres. Enquanto o mundo nos apresenta o prazer e o ter como centro e sentido da vida, nós jovens acreditamos que um mundo onde a busca pela justiça, a verdade, a honestidade, o respeito ao diferente, a ajuda mútua vencerá pouco a pouco as violências, injustiças, indiferenças, explorações e tudo que aflige a pessoa humana.
Se você carrega no peito “a estranha mania de ter fé na vida”, pare, reze, escute, procure perceber a voz de Deus que se comunica através dos acontecimentos e nos interpela a partir da nossa própria história. Ele nos convida a sair de nós mesmos e a partilhar nossos dons: “Jesus convida, conta contigo ... Mas é preciso ter coragem de morrer. Coração livre, comprometido, partilha tudo, sem ter medo de perder.” Ser disponível para a missão é de fato uma entrega ao serviço generoso e desinteressado, uma total doação à vontade do Pai para que sua salvação seja proclamada até os confins da terra.
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