Pelo Batismo que o cristão “é
vocacionado, chamado pelo Pai a ser ouvinte da palavra; adotado como filho bem
amado e justificado de seus pecados, é incorporado a Jesus Cristo; ungido pelo
Espírito para a missão, é inserido na Igreja”.
No Batismo, a mesma voz que um dia foi
ouvida, declarando Jesus Filho amado, é ouvida por nós. O mesmo Espírito que
ungiu e enviou em missão (Lc 4, 18-18), nos unge e nos consagra para vivermos
uma vida nova (At 2, 17).
Todos nós, batizados, somos consagrados
ao Deus da vida e caminhamos neste mundo a luz de Jesus e a força do Espírito
Santo, buscando o estilo ou estado de vida, as maneiras e os meios para
conquistar a felicidade própria e dos outros, já aqui nesta história.
Pro-vocação para um estado de vida
Ao sermos chamados a um determinado
“estado de vida” assumimos um compromisso específico com a comunidade eclesial
de realizar a sua missão, de ajudar aos demais seres humanos a viver plenamente
a vida com sentido, direção e alegria. Tal como Deus quer. Cada “estado de
vida” ou maneira de viver a vida, gera uma espiritualidade específica sempre
inspirada na fonte batismal:
· Estado
de vida ordenada: vivido pelos bispos, presbíteros ou padres e diáconos
chamados pelo Deus do Povo. Eles constituem a chamada hierarquia na Igreja e
vivem sua vocação e a sua missão inspirados numa Espiritualidade apropriada a
cada um dos ministérios;
· Estado
de vida Religiosa: é um estilo particular de vida cristã que se caracteriza
por um compromisso de viver radicalmente os valores evangélicos, de uma união
com Deus e de seguimento a Jesus Cristo. As Ordens, as Congregações e
Institutos Religiosos vivem organizados em comunidades, com um estilo de vida
simples, alegre e inspirado na Espiritualidade de Vida Religiosa e dos próprios
carismas dos fundadores, cultivando sempre o sentido de comunhão eclesial;
· Estado
de vida leiga consagrada nos Institutos Seculares: são grupos de
pessoas que, conservando a sua identidade laical, procuram viver plenamente sua
consagração batismal. A identidade dos Institutos Seculares se exprime em duas
palavras: “secularidade – consagração”, duas dimensões da mesma vocação. Os
membros fazem sua experiência de Deus e cumprem seu compromisso batismal no
mundo secular;
· Estado
de vida leiga: os leigos vivem, ao seu modo, o espírito do Evangelho em
todas as realidades: familiar, cultural, econômica, artística, política,
educacional e profissional. Além dessa missão própria, muitas vezes são
convidados a desempenhar funções, ministérios ou serviços na Igreja: catequese,
liturgia, conforto aos doentes, ajuda aos necessitados, atuação nas pastorais,
etc.
·
Estado
de vida dos casados: os leigos casados tem na família seu primeiro espaço de
engajamento na Igreja e na sociedade. Esta vocação a viver o amor a dois é
alimentada também por uma espiritualidade própria que faz da família uma
pequena Igreja doméstica, de onde surgirão todas as vocações;
Estado
de vida de solteiros(as) por ideal: trata-se de leigos(as) que não se
sentem chamados ao casamento, nem ao ministério ordenado ou à vida consagrada.
São solteiros(as) por uma causa, por um ideal de vida. Existem muitas pessoas
neste estado de vida e dedicam à Igreja e à sociedade todos os seus dons;
·
Estado de vida missionária: a dimensão missionária é inerente
a todas as vocações, já que todo cristão se torna um enviado na hora do
batismo. Algumas pessoas, porém, são chamadas a serem especificamente
missionários(as): escolhidos dentre as Comunidades Cristãs, são consagrados e
enviados além das próprias fronteiras religiosas, sociais, culturais e, até,
geográficas. Tornando-se hóspedes e peregrinos no mundo dos “outros”. Esses são
os missionários(as) ad gentes que se
alimentam de uma espiritualidade verdadeiramente missionária.
Adaptação do artigo de: MEDINA, Salvador.
Com-vocação à vida. Revista MISSÕES,
Ano 30, n. 1, jan./ fev. 2003. Seção Espiritualidade, Terceira Parte.
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