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8/09/2012

E-VOCAÇÃO DA FONTE BATISMAL


Pelo Batismo que o cristão “é vocacionado, chamado pelo Pai a ser ouvinte da palavra; adotado como filho bem amado e justificado de seus pecados, é incorporado a Jesus Cristo; ungido pelo Espírito para a missão, é inserido na Igreja”.

No Batismo, a mesma voz que um dia foi ouvida, declarando Jesus Filho amado, é ouvida por nós. O mesmo Espírito que ungiu e enviou em missão (Lc 4, 18-18), nos unge e nos consagra para vivermos uma vida nova (At 2, 17).

Todos nós, batizados, somos consagrados ao Deus da vida e caminhamos neste mundo a luz de Jesus e a força do Espírito Santo, buscando o estilo ou estado de vida, as maneiras e os meios para conquistar a felicidade própria e dos outros, já aqui nesta história.


Pro-vocação para um estado de vida


Ao sermos chamados a um determinado “estado de vida” assumimos um compromisso específico com a comunidade eclesial de realizar a sua missão, de ajudar aos demais seres humanos a viver plenamente a vida com sentido, direção e alegria. Tal como Deus quer. Cada “estado de vida” ou maneira de viver a vida, gera uma espiritualidade específica sempre inspirada na fonte batismal:

·   Estado de vida ordenada: vivido pelos bispos, presbíteros ou padres e diáconos chamados pelo Deus do Povo. Eles constituem a chamada hierarquia na Igreja e vivem sua vocação e a sua missão inspirados numa Espiritualidade apropriada a cada um dos ministérios;

·  Estado de vida Religiosa: é um estilo particular de vida cristã que se caracteriza por um compromisso de viver radicalmente os valores evangélicos, de uma união com Deus e de seguimento a Jesus Cristo. As Ordens, as Congregações e Institutos Religiosos vivem organizados em comunidades, com um estilo de vida simples, alegre e inspirado na Espiritualidade de Vida Religiosa e dos próprios carismas dos fundadores, cultivando sempre o sentido de comunhão eclesial;

·   Estado de vida leiga consagrada nos Institutos Seculares: são grupos de pessoas que, conservando a sua identidade laical, procuram viver plenamente sua consagração batismal. A identidade dos Institutos Seculares se exprime em duas palavras: “secularidade – consagração”, duas dimensões da mesma vocação. Os membros fazem sua experiência de Deus e cumprem seu compromisso batismal no mundo secular;

·      Estado de vida leiga: os leigos vivem, ao seu modo, o espírito do Evangelho em todas as realidades: familiar, cultural, econômica, artística, política, educacional e profissional. Além dessa missão própria, muitas vezes são convidados a desempenhar funções, ministérios ou serviços na Igreja: catequese, liturgia, conforto aos doentes, ajuda aos necessitados, atuação nas pastorais, etc.

·       Estado de vida dos casados: os leigos casados tem na família seu primeiro espaço de engajamento na Igreja e na sociedade. Esta vocação a viver o amor a dois é alimentada também por uma espiritualidade própria que faz da família uma pequena Igreja doméstica, de onde surgirão todas as vocações;

Estado de vida de solteiros(as) por ideal: trata-se de leigos(as) que não se sentem chamados ao casamento, nem ao ministério ordenado ou à vida consagrada. São solteiros(as) por uma causa, por um ideal de vida. Existem muitas pessoas neste estado de vida e dedicam à Igreja e à sociedade todos os seus dons;

·       Estado de vida missionária: a dimensão missionária é inerente a todas as vocações, já que todo cristão se torna um enviado na hora do batismo. Algumas pessoas, porém, são chamadas a serem especificamente missionários(as): escolhidos dentre as Comunidades Cristãs, são consagrados e enviados além das próprias fronteiras religiosas, sociais, culturais e, até, geográficas. Tornando-se hóspedes e peregrinos no mundo dos “outros”. Esses são os missionários(as) ad gentes que se alimentam de uma espiritualidade verdadeiramente missionária.



Adaptação do artigo de: MEDINA, Salvador. Com-vocação à vida. Revista MISSÕES, Ano 30, n. 1, jan./ fev. 2003. Seção Espiritualidade, Terceira Parte.

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