BODAS DE CANÁ: O VINHO NOVO DO AMOR
João 2, 1-2 - Festa das bodas. Jesus está
convidado: No Antigo Testamento a
festa das bodas era símbolo do amor de Deus para com o seu povo. Era o que todos esperavam no futuro (Os 2, 21-22; Is 62, 4-5). E é precisamente numa festa de bodas, junto a uma família e a uma comunidade, que Jesus realiza o seu “primeiro sinal” (Jo 2, 11). A Mãe de Jesus encontra-se também na festa. Jesus e os seus discípulos foram convidados. Ou seja, a Mãe de Jesus fazia parte da festa. Simboliza o Antigo Testamento. Também Jesus está presente mas com veste de convidado. Ele não faz parte do Antigo Testamento. Com os seus discípulos ele é o Novo Testamento que está a chegar. A Mãe de Jesus ajudará a passar do Antigo para o Novo Testamento.
João 2, 3-5: Jesus
e sua Mãe perante a falta de vinho.
A Mãe de Jesus reconhece os limites do Antigo Testamento e toma a
iniciativa para que se manifeste o Novo Testamento. Aproxima-se de Jesus e
diz-lhe: “Não têm vinho”. Aqui aparece tanto a
foto como o “Raio-X”. A foto representa a Mãe de Jesus como pessoa
atenta aos problemas dos outros de tal modo que se dá conta que a falta de
vinho arruinaria a festa. E não só constata o problema mas toma a iniciativa
para o resolver. O Raio-X revela a dimensão mais profunda da
relação entre o Antigo Testamento (a Mãe de Jesus) e o Novo Testamento (Jesus).
A frase “não têm vinho!”, procede do Antigo Testamento e desperta em Jesus a
ação que fará nascer o Novo. Jesus diz: “Mulher, que tem isso a ver contigo e
comigo?”. Ou seja, qual é o nexo entre o Antigo e o Novo Testamento? “Ainda não
chegou a minha hora”. Maria não entende a resposta como uma negação visto que
diz aos serventes: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Atuando deste modo, Jesus
ensina como se passa do Antigo para o Novo Testamento. A hora de Jesus, em que se fará a passagem do
Antigo para o Novo Testamento, é a sua paixão, morte e ressurreição. A mudança
de água em vinho é a indicação antecipada do Novo, que nascerá a partir da
morte e da ressurreição de Jesus.
João 2, 6: As
vasilhas da purificação estão vazias.
Trata-se de um pequeno
João 2, 7-8: Jesus
e os serventes. A recomendação da Mãe de Jesus aos serventes é a
última grande ordem do Antigo Testamento: “Fazei tudo o que ele vos disser!”. O
Antigo Testamento olha já para Jesus. De agora em diante as palavras e os
gestos de Jesus marcarão a vida. Jesus chama os serventes e ordena-lhes que
encham as seis vasilhas. No total, mais de seiscentos litros! De imediato manda
levar ao chefe de mesa. Esta iniciativa de Jesus acontece sem que os donos da
festa intervenham. Nem Jesus, nem a Mãe, nem os serventes eram os donos,
obviamente. Nenhum deles pediu autorização aos donos. A renovação passa pelas
pessoas que não pertencem ao centro do poder.
João 2, 9-10: Descoberta
do sinal por parte do dono da casa. O chefe de mesa
prova a água transformada em vinho e
diz ao esposo: “Toda a gente serve primeiro o vinho melhor e, depois de terem
bebido bem, é que serve o pior. Tu, porém, guardaste o melhor vinho até
agora!”. O chefe de mesa, o Antigo Testamento, reconhece publicamente que o
Novo é melhor! Onde antes estava a água para os ritos de purificação dos
judeus, agora há vinho em abundância para a festa. Era muito vinho! Mais de
seiscentos litros, e a festa estava quase no fim. Qual é o sentido desta
abundância? Que se faz com o vinho que sobra? Estamos a bebê-lo hoje!
João 2, 11-12: Comentário
do evangelista. Este é o primeiro sinal. No quarto Evangelho, o
primeiro sinal acontece para ajudar na reconstrução da família, da comunidade,
para sanar as
O que estamos fazendo do vinho novo que sobrou? Estamos a beber hoje.
( Tirado do Livro Raio X da vida do Evangelho de S. João)
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