“Um dia, o Sol e o Vento discutiram sobre qual deles conseguiria que um caminhante que passava tirasse o sobretudo.
O Vento, porque é muito forte, dizia que bastava-lhe soprar com muita força e o capote desse homem voaria pelos ares.
O Sol, mais astuto, apenas disse:
Comecemos a aposta. Entra tu em ação, amigo Vento.
Quanto mais este soprava, mais o homem se agarrava ao sobretudo, protegendo-se do frio Vento.
Chegou a vez do Sol. Este começou a brilhar e a aumentar lentamente o seu calor. O caminhante, atingido pelos ardentes raios do Sol, tirou o sobretudo. O Vento, apesar de tanta força e tanto ruído, deu-se por vencido.
ASPECTOS FUNDAMENTAIS DO FUNDADOR QUE NÃO PODEMOS ESQUECER
A Caminhada começa com um encontro
No Evangelho há uma multidão de pessoas que tiveram o encontro mais importante e decisivo de suas vidas com Jesus que lhes preenchia de luz, força e esperança. O carisma xaveriano nasce a partir de um encontro e de um diálogo profundo: Eu conversava com Ele… Ele me deu a Vocação. A todos nos toca “recomeçar a partir de Cristo”, reconhecendo que “não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva”(Dap 10). Um encontro “que nos leva à identificação com o amor de Cristo, capaz de preencher toda a nossa vida e de transformar a vida dos nossos destinatários” (RMX 9).
O Carisma como uma ordem do Senhor
“Seguindo o nosso fundador e revivendo o mesmo carisma, nós xaverianos respondemos à ordem do Senhor: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura”. O testemunho e as palavras de Guido Maria Conforti são fonte particular de inspiração para a nossa vida apostólica” (C. 1). “Temos a convicção de que conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas; e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (DGAE, 2008-2010, n.4) pois o amor de Cristo nos impulsiona (2Cor. 5,14).
A Missão como nosso caminho de santidade
Eis a Missão que Jesus nos dá: anunciar o Evangelho do Reino a todas as nações (Mt 28,19). Eis o segredo do sucesso da Missão: Ter a consciência de pertencer a Cristo. Pelo fato que recebemos gratuitamente, cresce também o ímpeto de comunicar a todos o dom desse encontro. A Missão é compartilhar a experiência de um encontro acontecido com Cristo, testemunhá-lo e anunciá-lo de pessoa a pessoa, de comunidade a comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo. (DAp 145) Enfim, Jesus chama seus discípulos a serem missionários e este é o caminho para a santidade. (DAp 148).
A Consagração em vista da Missão
“A vida apostólica e a vida religiosa são para nós um carisma único e indivisível”.(C 18). A missão é uma travessia que exige da VRC despojamento das certezas e seguranças, para dar lugar ao novo, que deve ser desprovido de interesses e ambições por poder, e ter por único alicerce Deus, que conduziu e continua conduzindo a história até os dias atuais. Este momento que estamos vivendo da canonização do nosso fundador é um tempo favorável da interpelação do Espírito Santo, para que possamos continuar escrevendo a história nos passos e compassos de Jesus, para que toda a nossa vida seja permeada de espírito apostólico, e toda ação apostólica seja repassada de contemplação” (Fl 2,5; DAp 543; VC9).
Homens do povo, Homens de Deus, Homens da missão
“O Senhor, por meio do Fundador, nos reuniu em uma família religiosa, para tornar presente entre os não-cristãos a Igreja que é comunhão e fraternidade nova em Cristo” (C.35). Como consagrados e missionários somos chamados e enviados a contemplar o amor que se encarna, isto é, “Cristo em tudo”(Col 3,11); a viver a comunhão e o amor entre nós como grande sinal de anúncio: “a multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma” (At. 4,32). A construção da comunhão eclesial é a chave da missão. A vida vai me perguntar: o que é que fiz dos meus sonhos e com o meu jeito de amar. O que deixei para os outros, para que possam continuar ? O povo, sobretudo os pobres, tem o direito de olhar para nós e ver como estamos vivendo a nossa missão. Com muita sabedoria, Dom Helder Câmara nos diz: “Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para permanecer sempre o mesmo”.
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