Por: Missionários Xaverianos (Redação: xaverianos.org.br)
Busca
A juventude de Francisco Xavier é marcada por uma intensa procura do próprio sucesso, incentivada por um agudo sentido da nobreza e pelo desejo da fama. Francisco está percorrendo o próprio caminho, dando espaço a seus sonhos, a seus grandes ideais.
Nicodemos foi se encontrar de noite com Jesus (Jo 3,1-11). Toda busca tem uma “noite”. Nesses momentos, é preciso ter sonhos e ideais, metas que dão sentido também na escuridão. Nicodemos, apesar de velho, tem coragem de caminhar nessa noite: reconhece que lhe falta algo, mas consegue procurar no lugar certo. Buscar significa “renascer”, renascer pelo Espírito, renascer continuamente. Toda resposta parece sempre insatisfatória: a verdade permanece sempre “além”, mais adiante.
Escolha
Depois de muitas e insistentes tentativas, a Palavra de Deus consegue abrir uma brecha no coração de Francisco que, quase repentinamente, se converte a Cristo e faz a escolha que muda sua vida: junta-se a Inácio, entrega sua vida para um projeto maior, bem além de seus sonhos de juventude.
Zaqueu queria ver Jesus (Lc 19,1-10). Jesus, aproximando-se de Zaqueu, pede-lhe para “descer depressa” de seus efêmeros sucessos – a riqueza, o poder – para descobrir a alegria verdadeira de acolher o Senhor em sua casa. Zaqueu escolhe viver para o Senhor e doar tudo aos pobres. Agora sua vida é plena: “Hoje a salvação entrou nesta casa”.
Dom de si
A nova vida de Francisco é marcada pela mesma decisão e determinação de seus anos de juventude. Ele parte e não tem nenhuma intenção de voltar atrás. Ele rompe com seu passado e compromete-se totalmente com o presente. Sua disponibilidade não se expressa na pura obediência: torna-se um dom total de si em todas as coisas. Assim é no seu envio missionário – não programado e quase casual – que se torna lugar de seu dom total.
A viúva pobre deposita duas pequenas moedas no tesouro do Templo (Mc 12, 41-44). Jesus olha atento e surpreso. O dom total e gratuito não é fruto de riqueza, nem instrumento para ser elogiado pelo povo. O dom nasce da própria pobreza unida a uma total confiança em Deus: “na sua pobreza depositou tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver”.
Envio
Também para Francisco chega o dia da partida. É necessário deixar tudo, confiando que Deus não deixará faltar nada do necessário. O despojamento maior é o envio para um mundo distante, do qual ele sabe que não poderá mais voltar.
Jesus enviou setenta e dois discípulos para a missão (Lc 10,1-9). Partir de si, para se conformar a Cristo e assim doá-lo aos outros; sair para encontrar de verdade os outros, carregando as pessoas às quais somos enviados: assim os discípulos são enviados como “ovelhas no meio dos lobos”, na fraqueza de sua humanidade, deixando-se acolher, doando em troca a ternura pelos doentes, anunciando um Reino já próximo.
PRIMEIRO: CONFIAR EM DEUS
O fundamento na confiança em Deus representa o coração da experiência espiritual de Xavier. Trata-se do total abandono ao Pai, à sua providência e à sua misericórdia. Na sua ousada aventura missionária, essa confiança leva-o a enfrentar qualquer perigo e qualquer desafio. Antes de embarcar para a sua viagem final rumo à China, ele escreve em uma de suas últimas cartas:
“Para o povo do lugar, dois são os perigos que podemos correr: o primeiro é que o homem que nos conduz à China, depois de receber os duzentos cruzados, nos deixe numa ilha deserta ou nos jogue no mar; o segundo é que poderá nos conduzir a Cantão, diante do Governador. Esse vai nos torturar e nos jogar na prisão. Mas além desses perigos, há outros bem maiores. O primeiro é não esperar e não confiar mais na misericórdia de Deus. Considerando esse perigo da alma muito maior, estamos decididos ir à China com qualquer meio”.
Muito bom.
ResponderExcluirEle rompe com seu passado e compromete-se totalmente com o presente.
OBRIGADA PELA PALAVRA.QUE ME APROPRIO COMO REFLEXÃO DE VIDA.
Neusa - Vila Mariana - SP.